É curioso que na linguagem de todos os dias não se ouve com frequência o emprego do verbo clamar, a não ser quando empregue na lógica da espiritualidade. Sendo certo que na forma pode significar: implorar, exorar, bradar e exclamar.
Em tempo de dificuldades o profeta Jeremias (33:2-4) a mando do Senhor implorou do seguinte modo: “Assim diz o Senhor que faz isto, o Senhor que forma isto, para o estabelecer; o Senhor é seu nome. Clama a mim, e responder-te-ei, e anunciar-te-ei coisas grandes e ocultas, que não sabes. Pois assim diz o Senhor, o Deus de Israel, acerca das casas desta cidade, e acerca das casas dos reis de Judá, que foram demolidas para fazer delas uma defesa contra os valados e contra a espada “
É um facto que com a vinda de Jesus Cristo, o povo de Deus é composto por todo aquele que o aceita Cristo como seu suficiente Senhor e Salvador; passando da morte para a vida, independente da sua origem étnica ou qualquer outra classificação plausível.
Também é um facto, que vivemos dias de muita tribulação; são guerras incontroladas, fome, devastações, desrespeito pela vida humana, descontrolo climático e valores culturais e civilizacionais postos em causa; o que de certa forma leva a que as pessoas sintam a intranquilidade própria dos tempos. E é nesse contexto que Jeremias nos convida a que levantemos os nossos olhos para o Senhor. De acordo com Jeremias, clamemos no sentido do favor do Senhor, em prol da solução de todos esses problemas que nos atingem voluntariamente ou involuntariamente.
O convite é simplesmente – clama a Deus – ele responderá e fará saber aquilo que precisamos saber.
Nesse sentido, as instruções virão de Deus e a angústia desaparecerá. Os dias passarão a ser expectáveis na alegria que vem do Senhor. Porque a nossa vida é Dele, e Nele confiaremos. A nossa consciência deixará de estar sob a influência das incongruências deste mundo, para aceitar-se a soberania de Deus na resolução do problema, e, isso, proporciona efetiva tranquilidade.
Dentro desta perspetiva, o apóstolo Paulo na sua carta aos Filipenses (4:6-7) escreve o seguinte: “Não andeis ansiosos por coisa alguma; antes em tudo sejam os vossos pedidos conhecidos diante de Deus pela oração e súplica com ações de graças; e a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos pensamentos em Cristo Jesus”.
A paz de Deus que importa estar em nós, não é confundível com a paz do mundo. E nesse contexto, a tranquilidade perante determinados acontecimentos, deixa confusos todos aqueles que são do mundo; porque o mundo não sabe como lidar com as coisas de Deus. Daí o aposto Paulo dizer: `não andeis ansiosos por coisa alguma´, na confirmação de que o melhor está no Senhor, e não nas coisas do mundo.
Ainda a respeito da palavra de Deus em Mateus (6: 24) diz o seguinte: “Ninguém pode servir a dois senhores; porque há de odiar a um e amar o outro, ou há de dedicar-se a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas”.
Este versículo é a evidência da luta da espiritualidade e da carne. Por antagónicas, são a obediência a lados opostos, uma para o bem, e a outra para o mal.
Graça e Paz!
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