Vou iniciar este escrito com um mui aconselhável provérbio:
“O óleo e o perfume alegram o coração; assim é o doce conselho do homem para o seu amigo. Não abandones o teu amigo, nem o amigo do teu pai; nem entres na casa de teu irmão no dia da tua adversidade. Mais vale um vizinho que está perto, do que um irmão que está longe.” (Prv. 27:9-10)
Ao pensar nestes versículos tenho a amizade como um bom cheiro, que aromatiza a vida das pessoas que são achegadas, em contraponto com a inimizade que atua como podridão das partes.
Os seres humanos vivem preferencialmente em sociedades, onde interagem entre si nas diversas matérias que lhes servem para que vivam em respeito, dignidade, e conformidade de direitos e deveres; sem esses valores as pessoas tumultuam frontalmente no desrespeito das matérias que belisquem com os interesses pessoais.
É certo que quanto mais pontos em comum tiver a comunidade, mais forte são os laços que as unem, na medida em que as dores de uns são as dores dos outros, as alegrias de uns são a alegria dos outros. Há um ditado popular que diz que a união faz a força.
E é no respeito de um para com o outro, que se alimenta a verdadeira amizade. O amigo não deixa de oferecer o seu ombro quando o seu amigo está em dificuldade. Fá-lo com simplicidade e ligeireza de coração, sem que se sinta pressionado por qualquer legalismo e sem pedir nada em troca. Daí a palavra de Deus quando refere “Não abandones o teu amigo, nem o amigo do teu pai”. Porque a amizade estabelece elos entre partes, que os vai tornando mais fortes e saudáveis.
Atente-se para este diálogo sobre amizade no livro de Rute, quando Noémi (viúva) pretendia regressar ao seu povo, e suas noras (também, já viúvas) diziam que a acompanhavam.
Porém, só Rute o fez convictamente, e a determinado momento estabelece-se a seguinte conversa:
– Noémi: “eis que tua concunhada (Orfa) voltou para o seu povo e para os seus deuses; volta também tu após a tua concunhada.
– Rute: Não me instes a que te abandone e deixe de seguir-te. Porque onde quer que tu fores, irei eu; e onde quer que pousares, ali pousarei eu; o teu povo será o meu povo, o teu deus será o meu Deus. Onde quer que morreres, morrerei eu …” (Rute 1:14-17)
Sem dúvidas que este diálogo é comprovativo da grande amizade entre sogra e nora, e o respeito de Rute pelos valores defendidos de Noémi. A força da amizade foi indutora na parte que levou Rute a abandonar os valores na qual tinha crescido, para seguir Noémi e mais tarde aceitar o Deus de Israel. A amizade foi fulcral em todo o desenvolvimento a posteriori.
Assim, Rute casou com Boaz e geraram Obede, que por sua vez gerou Jessé, que gerou Davi.
A amizade de Rute para com sua sogra, levou-a ao respeito dos seus valores e serviram para que estivesse na genologia do rei Davi, um homem escolhido por Deus para os seus propósitos.
Deus é tremendo!
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