QUESTIONO-ME

O meu cartão de cidadão diz-me como me chamo, mas não me diz como chego ao interior de mim mesmo. Ainda que possa acrescentar cidadão homem, nascido a tantos de tal, filho de…, e de…, natural de…, contudo a pergunta persiste: como chego a mim? Se recorrer ao número de contribuinte, diz-me do envolvimento contributivo para com o Estado, mas não me concede o caminho interior até mim. Afinal eu sou residente ali…, exerço esta, ou aquela profissão, mas não sei como desembrulhar-me para que chegue até mim. É verdade que eu tenho vontade própria, mas a vontade própria essencialmente impele-me para que progrida no caminho da realização pessoal; mas no que leva a mim…, ainda que possa levar-me ao superficialismo da questão, na medida em que vivo segundo padrões societários, com balizas segundo a qual fui padronizado impede-me de chegar a mim mesmo. E para que consiga caminhar até mim, primeiro tenho que conhecer o Filho, o Deus feito homem, porque só através Dele, consigo aproximar-me da verdadeira razão (corpo, alma e espírito) para a qual fui criado – Descobrir que, enquanto ser vivo sou realmente um peregrino – um lavado pelo sangue de Cristo a caminho da eternidade. E só na eternidade tudo é definitivamente descodificado por Ele, e então saberei exatamente tudo de mim e das demais coisas encobertas aos homens enquanto seres vivos.