A cada passo somos surpreendidos, quando perante uma qualquer catástrofe aparecem os incrédulos, com as suas farpas, indagando porque Deus permitiu uma tal coisa? Fazem-no com a maior cara de pau, ou com tal singeleza, que até parecem crentes em estado de choque.
Perante o infortúnio, a desgraça, as pessoas estão mais, ou menos, vulneráveis. Mas não é Deus o culpado do que aconteceu. Se eu conduzo numa estrada com limite de velocidade oitenta quilómetros, e tenho um desastre a cento e vinte km hora, de quem é a culpa? Lógico, que a culpa é minha.
A palavra de Deus diz-nos que Ele criou os céus, a terra, os oceanos, os seres vivos, e determinou o momento da chuva e tudo o mais. Ora, nesse sentido, é percetível que estabeleceu as leis sobre as quais se rege todo o universo. Portanto, se estabeleceu leis tais como a física, a química e outras tantas, como é que as vai estar a revogar segundo os interesses individuais de cada ser humano. E olhem, que se Deus fizesse a vontade a todos os homens, o nosso planeta passaria a uma bagunça tremenda, a exemplo do que é controlável pelo homem. E Deus é Deus de ordem.
É verdade que o milagre tem que ser considerado como exceção. Uma alteração da lei. Mas sempre por instrumentalidade do criador das próprias leis. Com o propósito e no sentido de Se dar a conhecer aos homens. Tais mexidas são pontuais, precisas, e muito para que o homem perceba da existência da divindade sobre a qual tudo foi criado.
No contexto, quando o homem altera por sua iniciativa o clima, quando desvia recursos hídricos, quando constrói cidades não respeitando linhas de água, quando ensaia bombas nucleares, quando promove guerras, quando conspurca os mares, quando utiliza seres humanos como cobaias da indústria, como é que pode queixar-se das catástrofes e culpar Deus?
Deus ama a sua criação e em especial o homem, que o fez à sua imagem e semelhança <no sentido dos atributos comunicáveis> mas através do pecado, o homem começou desde logo a querer contornar as coisas, com as consequências daí advenientes. Daí não tardou que Caim matasse Abel; a desgraça da não percetibilidade da influência das coisas mundanas, pela mão do pecado. A propósito, o livre arbítrio responsabiliza o homem. Na sua falta, o homem seria um mero autómato.
O paradoxo é que os homens rejeitam Deus, mas acham-se merecedores da originalidade do jardim do Éden. Querem usufruir do estado de graça de Adão, no normativo de vida idílica. E isso é impossível, porque o homem rejeitou a advertência de Deus.
Por, isso, e desde logo a situação evoluiu no estabelecimento das contradições do homem consigo mesmo e com o meio; com o reconhecimento de algumas variáveis como a dor, medo, esforço e suor. Mas, acima de tudo, e espiritualmente, a perfeição prometeu que através do Filho, o salvador, podíamos reconhecer o Pai. (Génesis 3:15) “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar”.
O grande problema dos homens, não está no questionamento. O problema é a exclusão pura e simples do questionamento. Muitos tornam-se filhos de Deus, precisamente porque começaram por questionar. O Senhor Jesus Cristo, quando falava por parábolas fazia-o para que as pessoas raciocinassem sobre os temas em questão. Precisamente porque não via nos outros, autómatos.
E nesse sentido temos que assumir as responsabilidades naquilo que nos diz respeito, e deixar de culpar Deus.
Be First to Comment