Senhor!… O firmamento apresenta-se enovoado e como resultado a erva do campo está expectante; as árvores, do alto dos seus portes estão a desfazerem-se dos seus mantos, acautelando o inverno; os pássaros, avisadamente recolhem-se aos seus ninhos; as albufeiras, esperam que as nuvens se desmanchem e as encham do incolor líquido, que amigavelmente lhes mandas com recomendação: `para sustento da vida´.
Senhor!… Desta forma me convidas para que me recolha e possa considerar: se tenho andado nos teus caminhos, ou se me tenho furtado aos teus caminhos? Se a minha vida tem desabrochado como uma flor, ou como as urtigas? Se nos montes e vales consigo ver a tua obra, ou se a renego? Se no sorriso manifesto estás em mim, ou se te escondo? Se as minhas lágrimas de comoção são espelho da reflexão, ou não? Se Te glorifico a corpo inteiro, ou se me calo?
Senhor!… Que a trovoada não me assuste, e possa sim, resultar como incentivo para que te continue a seguir. Que na areia fina da minha vida, seja reconhecível as marcas do Teu caminhar. Que no sol ora escondido do outono, se revele explosivamente em dons espirituais. Que a alegria de estar vivo, seja como a música que embala e encanta a minha família, bem como a família adotiva.
Senhor!… Da janela de casa vejo que as nuvens estão a lacrimejar, as beiras a transbordar, o solo a absorver e o vento a sussurrar, e fico a pensar: que os lençóis freáticos estão afanosamente a receber água, para a levarem aos lugares mais necessitados, para que os jardins feitos de vidas, possam florir às expensas do Teu grande amor.
Da Tua mão vem o sustento, Senhor!
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