Lembro-me quando ainda criança, ao ir para o colégio passava em frente de uma lojinha de comércio geral. Acontece que na quela loja vendiam farinha torrada de mandioca com açúcar. Por vezes, era agraciado pelos familiares com umas poucas moedinhas para por no mealheiro, e ao passar em frente a essa loja entrava para comprar um pacotinho de farinha. O lojista na sua atribuição de atendimento, fazia um cartuchinho em papel pardo e enchia-o da tal farinha, e Deus sabe como eu apreciava aquela guloseima.
E lá ia eu rua fora, a comer a farinha com açúcar, sem me importar se alguém olhava, ou se estava todo lambuzado, ou não. Pois, aquela mesma farinha, fazia que as minhas papilas gustativas se enchessem de prazer.
Esta introdução vem a propósito das nossas necessidades espirituais. Temos que conhecer Deus e viver em plenitude de Espírito. Isto é: sentirmos que as nossas vontades estão subordinadas à vontade de Deus em gozo de Espírito. Sem dúvidas, uma caminhada em que o Senhor seja reverenciado, exaltado e glorificado!
Contudo, a razão da nossa satisfação, advém do facto de termos Deus como nosso Pai; um Pai, que nos ama incondicionalmente, e que nos quer protegidos, aconselhados e fidelizados na Sua palavra.
A bíblia em Colossenses (3:16) refere o seguinte: “A palavra de Cristo habite em vós ricamente, em toda a sabedoria, ensinai-vos e admoestai-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais, louvando a Deus com gratidão em vossos corações. E tudo quanto fizerdes por palavras ou obras, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai.”
Ora bem, se eu quando criança por prazer enchia a minha boca de farinha com açúcar, o que Deus mais quer de todos nós, é que espiritualmente possamos encher as nossas bocas da Sua Palavra, no respeito da sua eficácia, uma vez que ela é o verdadeiro sustento espiritual.
“A boca fala daquilo que o coração está cheio!” Este é um versículo bíblico que se insere no facto do espaço de ação que se dá ao Espírito Santo. Porque só dando espaço, Ele será o motor do crescimento espiritual. Sem Ele, está-nos tão só vedado admitir as coisas de Deus.
Sendo que Deus pode trabalhar em qualquer circunstância; porque Nele se concentra todo o poder. No entanto, entendo que Deus essencialmente gostará de trabalhar quando no nosso recato, simplicidade e genuinidade humana, tal qual o oleiro trabalha o barro para que a moldagem seja perfeita.
E é nesse sentido, que lembro a passagem dos dois discípulos que vão a caminho de Emaús, constrangido pelo desânimo dos acontecimentos por certo mais badalados do momento. Jesus saiu-lhes ao caminho e caminhava a par deles, sem que eles percebessem com quem conversavam.
Porém, ia-lhes explicando-lhes as escrituras, até que entraram em casa de um deles para comer; e no abençoar do pão abriram-se-lhes então os olhos, e não viram mais Jesus, e comentaram entre si: “Porventura não se nos abrasava o coração, quando pelo caminho nos falava, e quando nos abria as Escrituras?” (Lucas 24:32)
A reação daqueles discípulos só pode ser, por terem ficados cheios do Espirito.
Graça e Paz!
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