Provavelmente já lhe aconteceu chegar a casa e desabafar: “Puxa!… Hoje o dia foi longo.”
E o porquê desse desabafo? Talvez pelo facto de estar preocupado com algo exterior ao seu trabalho; talvez tivesse ressaltado a inutilidade ocasional do tempo de trabalho; talvez pela impertinencia do seu chefe de serviço; talvez um incomodo físico; talvez por falta de estímulo; talvez por divergência na organização do trabalho; etc. etc.
Porém, o dia não deixou de ter as mesmas horas, minutos e segundos, de os outros dias. Mas, para o visado, o problema vivido alterou-lhe a correspondente perceção das horas.
Contudo, face ao problema do qual nos queixamos, gostamos que o nosso desabafo possa ser ouvido por outrem, como prova de interesse da nossa causa.
Lembro este facto muito importante: Jesus no Getsémani, descrito em Mateus 26:36-46 da seguinte forma: “Então foi Jesus com eles a um lugar chamado Getsémani, e disse aos discípulos: Sentai-vos aqui, enquanto eu vou ali orar. E levando consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-se e angustiar-se. Então lhes disse: A minha alma está triste até a morte; ficai aqui e vigiai comigo. E adiantando-se um pouco, prostrou-se com o rosto em terra e orou, dizendo: Meu Pai, se é possível, passa de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres. Voltando para junto dos discípulos, achou-os dormindo; e disse a Pedro: Assim, nem uma hora pudestes vigiar comigo? Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca. Retirando-se mais uma vez, orou, dizendo: Pai meu, se este cálice não pode passar sem que eu o beba, faça-se a tua vontade. E, voltando outra vez, achou-os dormindo, porque seus olhos estavam carregados. Deixando-os novamente, foi orar terceira vez, repetindo as mesmas palavras. Então voltou para os discípulos e disse-lhes: Dormi agora e descansai. Eis que é chegada a hora, e o Filho do homem está sendo entregue nas mãos dos pecadores. Levantai-vos, vamo-nos; eis que é chegado aquele que me trai”.
Na condição de homem, apressava-se a hora para a qual Jesus viera a este mundo – dar a sua vida em prol da humanidade. No entanto, alheados da angústia de quem sabia antecipadamente o suplício pelo qual teria inevitavelmente que passar; tais como maus tratos físicos, consumado na crucificação, bem como todo o tipo de escárnio, ainda, assim, os discípulos descontraidamente dormiam, como se nada de importante se estivesse a passar, além um dia comum com o mestre.
A verdade é que este tipo de comportamento se repete em cada um de nós, quando nos alheamos da mensagem da cruz, na qual é possível obtermos a graça da salvação, exclusivamente pelo ato e nome de Jesus Cristo.
Nos versículos acima mencionados ao referir-se ao cálice, Ele sabia do sofrimento pelo qual teria de passar; mas a vontade do Pai e Filho assentava na necessidade imperiosa de ser imolado em favor dos homens, tal qual o profeta Isaías refere (Is 53:4-5): “Verdadeiramente Ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e carregou com as nossas dores; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido. Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e esmagado por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados”.
Em suma: nada pode desagradar mais a Deus, de que os homens rejeitarem a obra salvífica de Jesus Cristo, feita em prol da humanidade.
Que cada um de nós possa estar grato e feliz, pela Graça da Salvação.
Graça e Paz!
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