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OLHAR SEM QUERER VER

Há dias, um meu amigo, teve que se isolar num quarto de sua casa, porque esteve com covid e morava com sua mãe, e essa era a opção razoável para enfrentar o problema sem transmitir a doença.

Ao fim de uma semana de isolamento, voltou ao seu quintal e em conversa telefónica dizia-me: Eh pá! Calcula tu que ao olhar para o meu quintal, achei-o mais bonito; até as cores pareceram-me diferentes das que eu tinha registado em memória.

Também, faz tempo, que a minha mulher plantou no nosso quintal um determinado arbusto, e conforme ele ia crescendo era-me familiar a espécie, mas eu não a conseguia identificar. Perguntei-lhe o que era aquilo, e ela respondeu informando-me que aquela planta – que não sabia o nome – dava uma flor muito bonita. Esperei pacientemente, até que começaram a aparecer os primeiros botões e quando a flores começaram a abrir, vi então que já conhecia a espécie, só que então eu não as tinha visto com verdadeiros olhos de ver.

E essa forma de olharmos as coisas sem as querermos ver, é usual em muitos aspetos da nossa vida; quer seja por desmazelo, desinteresse, calculismo ou descrença espiritual.

Se eu, quando a flor brotou em todo o seu esplendor, consegui reconhecer que já conhecia dita planta; e se o meu amigo, conseguiu depois do isolamento perceber a beleza do seu quintal, quantos há que não conseguem reconhecer a mão de Deus na excelência de toda a criação?!

Veja-se o que a bíblia refere em Salmos 33:1-9: “Exultai, ó justos, no Senhor! Aos retos fica bem louvá-lo. Celebrai ao Senhor com harpa, louvai-o com cânticos no saltério de dez cordas. Entoai-lhe novo cântico, tangei com arte e com júbilo. Porque a palavra do Senhor é reta e todo o seu proceder é fiel. Ele ama a justiça e o direito; a terra está cheia da bondade do Senhor. Os céus por sua palavra se fizeram, e pelo sopro da sua boca o exército deles. Ele ajunta em montão as águas do mar; e em reservatário encerra as grandes vagas. Tema ao Senhor toda a terra, temam-no todos os habitantes do mundo. Pois Ele falou, e tudo se fez: Ele ordenou, e tudo passou a existir.”

Sem dúvidas que Deus criou no nosso mundo o que conhecemos e desconhecemos, e que a sua complexidade se ajusta nas diversas funcionalidades, como os carretos que se engrenam um nos outros, onde introduziu o homem por agrado Seu, para cuidar com esmero. Contudo, Adão e Eva, acometidos pela cobiça deitaram mão ao fruto proibido, querendo ser iguais a Deus. E mais tarde, seu filho Caim, por inveja matou o seu irmão Abel. Ora, Adão e Eva, introduziram o pecado no mundo, e Caim diversificou-o em substância, pelo que a cobiça e a inveja estão na base dos grandes problemas da humanidade. Daí o homem moderno continuar na mesma senda. Por cobiça e inveja, tem conseguido desregular o planeta terra, dos quais ressalto: o aquecimento global; o desvio e conspurcação do leito de rios; a desflorestação; o exagero da mineração e as consequências no meio ambiente; emissão de gases poluentes, e por aí adiante.

Ainda me lembro quando começaram a aparecer as primeiras embalagens plásticas, sobretudo os sacos plásticos. Então, se propagandeava o uso dessas embalagens como sendo um bem em prol da humanidade. Passados estes anos, pode-se verificar que efetivamente os plásticos, são um dos motivos da elevada conspurcação do nosso planeta.

Atualmente vive-se o problema das energias fósseis. E nesse sentido procuram-se soluções naquilo que se considera energias limpas. Será que é assim tão simples, ou será que daqui a uns anos não nos estaremos a debater com novos factores de conspurcação? É verdade que alguma coisa tem que se fazer! Mas…, não é menos verdade, que se tem de estar atento aos interesses dos que atuam por cobiça e inveja.

Deus fez tudo com esmero e bom gosto, mas o homem parece que faz pejo em destruir e destruir-se.

E de volta ao Salmo 33, nos versículos 10-12, com todo o propósito o salmista implora a Deus, o seguinte: “Senhor frusta os desígnios das nações e anula os intentos dos povos. O conselho do Senhor dura para sempre, os desígnios do seu coração por todas as gerações. Feliz a nação cujo Deus é o Senhor, e o povo que escolheu para sua herança.”

Que o Senhor nos proteja e livre, de todos os desmandos que estão a acontecer.

Graça e Paz!

Published inTextos Cristãos

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