Estava aqui com os meus botões a pensar que um individuo pode gostar de vários tipos de arte, seja da contemporânea, ou da antiga. Quem gosta, gosta mesmo! Independente da análise dos críticos, ou de outros apreciadores. Na medida em que ao apreciar cada uma dessas obras elas conduzem a diálogos múltiplos; consoantes os contextos, os objetivos, as sensibilidades, os traços, as cores, as impressões; colmatando nas reações que os apreciadores são alvos.
Provavelmente o facto de se gostar, leva a que se busque incessantemente conhecer mais sobre os segredos das peças; dos seus criadores; das cidades, dos museus, e outros lugares onde encontrar.
Ora, se na arte se pode gostar de vários tipos de arte; contudo quando nos referimos ao lado espiritual, as coisas são bem diferentes. A palavra de Deus diz-nos o seguinte: “Ninguém pode servir a dois Senhores; porque ou há de aborrecer-se de um, e amar ao outro; ou se devotará a um, e desprezará ao outro. Não podemos servir a Deus e às riquezas” Lucas 16:13.
Neste contexto a passagem bíblica refere-se às riquezas, no sentido daquele que as detenha como a sua única primazia de vida. O seu ídolo, a sua vontade férrea, a seu depositário de esperança, a sua vida; ao mesmo tempo que relega o verdadeiro Deus para segundo plano, ou o renega em absoluto.
Nessa linha de pensamento, atente-se para 1 João 3:17-18 que refere o seguinte: Quem, pois, tiver bens do mundo e vendo o seu irmão necessitado e lhe fechar o seu coração, como permanece nele o amor de Deus? Filhinhos, não amemos de palavras, nem de língua, mas por obras e em verdade”.
A bíblia de modo algum sugere que não podemos ter riquezas!
Adverte-nos, isso, sim, para o modo como se adquirem as riquezas, e o uso que se faz dela. Estes dois fatores é que vão determinar se se ama mais a Deus, ou a mamon.
Tive ocasião de ouvir num programa de televisão, onde um individuo já reformado na sua vida profissional, expunha que tinha trabalhado com muito dinheiro. E no contexto disse o seguinte: “senhor, fulano de tal… se quiser ver o coração do homem, ponha-lhe dinheiro na frente”.
Sem dúvidas, que dá para pensar.
A bíblia relata-nos um oposto ao tal paradigma do dinheiro: “Era carregado um homem coxo de nascença, o qual todos os dias punham à porta do templo, chamada Formosa, para pedir esmolas aos que entravam. Ora, vendo ele a Pedro e João, que iam entrando no templo, pediu que lhe dessem uma esmola. E Pedro, com João, fitando os olhos nele, disse: Olha para nós. E ele os olhava atentamente, esperando receber deles alguma coisa. Disse-lhe Pedro: Não tenho prata nem ouro; mas o que tenho, isso te dou; em nome de Jesus Cristo, o nazareno, anda. Nisso, tomando-o pela mão direita, o levantou; imediatamente os seus pés e artelhos se firmaram”. (Atos 3: 2-7)
Da passagem acima mencionada pode-se inferir que, Pedro e João tinham como principal referencial o amor de Deus. E é nesse contexto que invocam o Senhor Jesus Cristo, para que o pobre homem fosse curado a ponto de saltar e andar. Imagine-se o contentamento do homem pela realização de um facto que jamais concebera como possível, e em que o amor de Deus se materializa tornando o impossível em possível. Sendo que cada um de nós pode vivenciar desse mesmo amor, aceitando a obra salvífica de Jesus Cristo, e dessa forma passar-se da morte para a vida espiritual.
Sem dúvida que aquele pobre homem aguardava pacientemente por umas moedas por esmola para governar a sua precária vida. E desde aquele dia deixou de ser um peso para os seus familiares, amigos, vizinhos, ou qualquer pessoa em quem se amparasse; pois poderia trabalhar, ser útil, mas acima de tudo, entendeu que tinha de depender do amor de Deus, e esse amor deveria sobrepor-se aos valores tidos por imediatos, da qual as riquezas são o seu expoente máximo e representativo do mundanismo.
O amor de Deus é a força motora que governou, governa e governará a vida daqueles que o amam. Sem esse amor, só as trevas prevalecem.
Graça e Paz!
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