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A VIDA SÃO DOIS DIAS


Hoje acordei a pensar no velho ditado “que a vida são dois dias”.

Se até aos dezoito anos, data que se reconhece como da emancipação, ou, vinte e cinco anos, data que provavelmente se acaba a faculdade e se deixa de estar a cargo dos pais; o tempo de vida no próprio é como estivesse a passar muito lentamente.

Talvez porque os jovens sonham o desconhecido, as experiências, o momento, os romances, as expectativas, e nunca com as desilusões.

Passado esse tempo, é como que o calendário fosse o desmancha-prazeres, um arrivista.

É a corrida do acumular de anos, emprego, constituição de família, encalhes económicos/ financeiros que tiram demasiadamente a liberdade e o sono, os acertos, os desacertos, enfim… E quando se dá conta: o calendário está em ritmo acelerado. Os cabelos prateados, as artroses, os filhos, netos, quem sabe bisnetos, que constituem novos ciclos repetitivos de vida.

Por analogia, estava aqui a pensar nas estrelas que desfilam nas passarelas: Elas preparam-se para o desfile, quando chega o momento sentem a vontade de se precipitar na expectativa do êxito. Entram na passarela exibindo corpos e roupas por breves momentos, despertam as atenções, e até as emoções; caminham até chegarem ao ponto central, onde param para fazer alguns movimentos de estilo, ouvem-se as palmas e os flashes dos fotógrafos, disparam insistentemente. Foi o momento, o auge. Voltam as costas, e regressam ao camarim, já com os expectadores ansiosos por verem a próxima figura a desfilar.

A vida é um pouco isso, nascer para morrer.

Ficam as eternas perguntas: Porquê, porquê?… Talvez cada um encontre algumas respostas e muitas incertezas.

Se me é permitido vou citar só o primeiro verso de um poema de Fernando Pessoa: “Não sou nada/ Nunca serei nada/ Não posso querer ser nada/ À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo”.

Por mais que nos queiramos agarrar a ela, o nosso futuro é um dia destes estarmos a caminho do Criador, que nos conhece pelo todo que fomos. Então, por cá, só ficam as memórias com que nos lembram, de se ser boa, ou, má pessoa. Ficam os anéis, as contas bancárias, o prestígio, os títulos. Puf!… Tudo se esfuma, nesta bendita terra.

Published inTextos Cristãos

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