A bíblia é sem dúvidas a revelação progressiva de Deus aos homens.
É nesse sentido que a estudamos para saber mais, e mais Dele; que procuramos decorar versículos para que eles sejam pontos de referência no modo de pensar e agir. Há pessoas que conseguem decorar quase que toda a bíblia; outros há, que decoram um número significativo de versículos, e ainda outros, na qual me incluiu, que têm dificuldade em decorar, mas que pela familiarização da leitura conseguem identificar com alguma ligeireza os livros nas quais determinados versículos se encontram.
Em determinado momento de estudo da bíblia, ocorreu-me esta sequência bíblica de acontecimentos da revelação progressiva de Deus aos homens, que faço questão em narrar:
E começo quando Moisés se deparou com a sarça ardente: “Vendo o Senhor que ele se voltava para ver, Deus, do meio da sarça, o chamou e disse: Moisés, Moisés! Ele respondeu: Eis-me aqui.” (Êxodo 3:4)
Na sequência desse chamado Deus manda que Moisés regresse ao Egito e trouxesse consigo o seu povo, e o conduzisse para a terra prometida.
Na trajetória pelo deserto, Deus está presente junto do seu povo, manifestando-se do seguinte modo: “O Senhor ia adiante deles, durante o dia numa coluna de nuvens, para os guiar pelo caminho, durante a noite numa coluna de fogo, para os alumiar, a fim de caminhassem de dia e noite.” (Ex. 13:21)
Quando o povo deixava de caminhar, Deus manifestava a sua presença na tenda da congregação: “Ora Moisés costumava tomar a tenda e armá-la para si, fora, bem longe do arraial; e lhe chamava a tenda da congregação. Todo aquele que buscava o Senhor saia à tenda da congregação, que estava fora do arraial.”
Não obstante, a toda a manifestação cuidadora de Deus a favor do seu povo, o povo murmurava e requereu carne por saturado do maná que recolhia todas as manhãs. E incluso esqueceu-se da graça de Deus que os tirara da escravidão do Egito, mas na murmuração, invocava a servidão como se fora sadia, sem reconhecimento do amor de Deus ao seu povo.
Entretanto, Moisés sobe ao monte que está envolto numa nuvem e Deus entrega-lhe os dez mandamentos, a lei que dá a conhecer a relação que o povo deveria ter na vertical com Deus, e na horizontal com o próximo. Porém, porque Moisés demorara uns dias no monte na presença de Deus, o povo constrói um bezerro de ouro para adoração. O que provocou em Moisés ira, a ponto de partir as pedras dos dez mandamentos, e teve que subir novamente ao monte, para Deus voltar a escrever no que se convencionou chamar tábuas da lei.
Mais tarde, e durante o reinado de Salomão é construído o templo, onde se oficializa a adoração a Deus. E é no templo que se fazem os sacrifícios de animais pela expiação dos pecados.
As escrituras refletem que o povo se afastava de Deus, atraída pela idolatria e costumes mundanos, ainda que o Senhor através dos profetas vulgarmente os repreendesse, apelando para que retornassem a Deus, sob pena de sofrerem as consequências dos seus próprios atos.
Contudo, no tempo do rei Roboão por imperícia política do rei, o reino dividiu-se em reino do Norte com capital em Tirza, e mais tarde Samaria; e o reino do Sul, com capital em Jerusalém.
A consequência do afastamento do povo para Deus, levou a que o reino do Norte fosse levado cativo pelos Assírios; e o reino do Sul, foi levado cativo permanecendo durante 70 anos na Babilónia, e o templo em Jerusalém foi destruído, e os bens que serviam para oficializar foram igualmente levados para a Babilónia.
Destruído o templo e por força do cativeiro do Reino do Sul, o povo sofria as agruras da diáspora, e foi aí que iniciaram reuniões do ensino da Torá e da adoração a Deus, provavelmente o primeiro passo para o aparecimento das sinagogas.
Essa prática estendeu-se quando regressaram a Israel, ainda com a necessidade imperiosa da reconstrução do templo.
Em período anterior, o profeta Isaías (5:3-5) profetizou o seguinte: “Foi desprezado e rejeitado pelos homens, um homem de dores e experimentado do sofrimento. Como de alguém de quem os homens escondem o rosto, foi desprezado, e nós não o tínhamos em estima. Certamente ele tomou sobre si as nossas enfermidades e sobre si levou as nossas doenças; contudo nós o consideramos castigado por Deus, por Deus atingido e afligido. Mas ele foi trespassado por causa das nossas transgressões, foi esmagado por causa de nossas iniquidades; o castigo que nos trouxe paz estava sobre ele, e pelas suas feridas fomos curados.”
Sem dúvidas que na consumação dos tempos é esse mesmo, o referido por Isaías, que João Batista chamou de o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Ou que Filipe indagou do seguinte modo: “Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta. A que Jesus respondeu-lhe: Não me conheces Filipe, mesmo depois de eu ter estado durante tanto tempo convosco? Quem me vê, vê o Pai! Como podes dizer: Mostra-nos o Pai? Não crês que eu estou no Pai e que o Pai está em mim? As palavras que eu digo não são apenas minhas. Ao contrário, o Pai, que vive em mim, e está realizando a sua obra” (João 14:8-10). E por sua vez o apóstolo João começa o evangelho assim: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez.” (João 1: 1-3)
Esta última sequência de versículos, são entre muitos outros a revelação de Deus feita aos homens. Ele, por amor vai à cruz e ressuscita ao terceiro dia, para salvação da humanidade.
Em conclusão: Deus nos primórdios manifestou-se sob a forma de nuvem e coluna de fogo, evoluindo na assistência pela lei comportada na Torá, e nos últimos dias no Filho, manifesto entre nós e exarada na Palavra de Deus, cuja caraterística é inerrante.
Graça e Paz!
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