Penso que um dos factos que concorrem para a ingratidão, é o caso de o ser humano estar basicamente disponível para receber, e muito pouco para dar de si; é a falha por falta de reconhecimento.
Esse é um barco que com maior ou menor incidência já todos passamos; pelo incomodo de nos vermos objeto da ingratidão do outro, mas que consciente, ou inconsciente também já fizemos aos outros.
Eu, mesmo, tenho que me penitenciar por algumas dessas situações, que hoje reconheço como indignas.
A palavra de Deus transcrita na bíblia, acomoda uma série de acontecimentos que se prendem com a ingratidão do homem para com Deus, e nesse contexto quero focalizar algumas dessas passagens:
Quando o povo Hebreu esteve na condição de escravidão no Egito, Deus ordenou a Moisés para retornar ao Egito e pedisse ao Faraó do Egito que deixasse sair o seu povo. Como reação ao pedido de Deus através de Moisés, o Faraó deu ordens precisamente contrárias: “Naquele mesmo dia, deu ordens Faraó aos superintendentes do povo, e aos capatazes, dizendo: Daqui em diante não torneis a dar palha ao povo, para fazer tijolos, como antes; eles mesmos que vão e ajuntem para si. E exigireis deles a mesma conta em tijolos, que antes faziam” (Êx 4:6-8)
Pela intransigência do Faraó em não deixar sair o povo Ebreu do Egito, sobrevieram umas tantas pragas, a saber: as águas viraram sangue; praga de rãs; piolhos; moscas; peste nos animais; úlceras; chuva de pedras; gafanhotos; trevas; morte dos primogénitos. Sendo que esta última praga atingiu a casa do Faraó, que só então se predispôs a deixar sair o povo.
Consequentemente Moisés sai com o povo, e logo o Faraó dá o dito por não dito, e faz sair o seu exército para impedir a saída de Israel do Egito, pelo que Deus abriu o mar para que o povo passar, e fechou-o ao exército ao tentar transpô-lo.
E ao longo do percurso pelo deserto Deus ia alimentando o povo com o maná, que era extraordinariamente colhido diariamente em área desértica.
Agora veja-se a ingratidão do povo, que a determinado momento reclama: “Toda a congregação dos filhos de Israel murmurou contra Moisés e Arão no deserto; e disseram-lhes os filhos de Israel: Quem nos dera tivéssemos morrido pela mão do Senhor na terra do Egito, quando estávamos sentados junto das panelas de carne, e comíamos pão a fartar! Pois nos trouxestes a este deserto, para matardes de fome a toda a multidão” (Êx. 16:2-3)
A ingratidão é algo verificável tanto no velho testamento, como no novo testamento. E nessa linha de reflexão quando João Batista viu aproximar-se Jesus, disse: “Vejam! É o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo! Este é aquele a quem eu me referi, quando disse: Vem depois de mim um homem que é superior a mim, porque já existia antes de mim. (João 1:29-30)
Ora, Jesus é o próprio Deus feito homem, que veio em favor dos homens, para morrer na cruz e ressuscitar ao terceiro dia, como remidor dos homens.
E que é que verificamos pela ingratidão do homem?
Verificamos que Jesus é ignorado, rejeitado, zombado, e o seu legado que é a igreja é perseguida física, espiritual e intelectualmente em vários lugares do nosso globo terrestre. Tão só pela ingratidão dos homens, que se almejam endeusar pela dominância do culto da personalidade, da ideologia, do intelectualismo, da tradição, da fanfarronice, da controvérsia, da ingratidão, e por aí adiante.
Uma das situações gritante dos nossos dias, é que os homens rejeitam a palavra de Deus, mas no entanto estão abertos a todo o tipo de literatura contrária à Palavra de Deus, que a mais das vezes não são nem mais, nem menos, que pura ficção com objetivo de aproveitamento mercantilista.
Termino dando enfase a João 3: 19-20 que refere o seguinte: “A luz veio ao mundo, mas os homens amaram as trevas, e não a luz, porque as suas obras eram más. Quem pratica o mal odeia a luz e não se aproxima da luz, temendo que as suas obras sejam manifestas.”
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