Li um escrito de um individuo, confesso ateu, debitando que o homem sempre teve necessidade de recorrer ao sobrenatural para explicar o que não entende, e que em nome de Deus fez e faz guerras com que se impõe aos outros.
Fiquei a pensar no assunto, e perguntei-me: a sabedoria humana não é limitada?
Julgo que a busca de explicações por aquilo não conseguido é o reconhecimento de que não conhecemos tudo, e o tudo na imensidão do cosmos é uma partícula, um quase nada.
O ateísmo é a negação aguerrida contra Deus, sem produção de prova. Ou seja, é uma crença contra a crença.
Por muitas voltas que lhe queiram dar, a ciência não desmente nem prova Deus.
Por outro lado, quando se fala que fizeram e fazem guerras em nome de Deus, pergunto: e não a fizeram e fazem pela diferença de opiniões, de etnias, de castas, de tacticismos, de recursos naturais, imposição cultural, controlo territorial, e por aí adiante.
E será que entre os muitos desses fazedores de guerras não existem ateus? Claro, que sim!
Parece-me que o homem para fazer a guerra, encontra razões num sem número de coisas, e não numa em particular.
É atribuída a Agostinho de Hipona a seguinte frase: “Nenhum homem diz – Deus não existe –, a não ser que tenha interesse que ele não exista.”
Esta frase leva-me a pensar que Agostinho tem toda a razão. Porque a relutância por vezes é só uma forma de defesa. Ou não será, que muitos desses confessos não se querem igualizar a deuses da sabedoria?
O apóstolo Paulo na sua carta 1 Coríntios 1:19-21 escreveu o seguinte: “Pois está escrito: Destruirei a sabedoria dos sábios, e aniquilarei a inteligência dos entendidos. Onde está o sábio? Onde o escriba? Onde o inquiridor deste século? Porventura não tornou Deus louca a sabedoria do mundo? Visto como a sabedoria de Deus, o mundo não a conheceu por sua própria sabedoria, aprouve a Deus salvar aos que creem, pela loucura da pregação”.
De certo que o apóstolo não se está a referir ao conhecimento secular, mas tão-somente às ideias filosóficas que procuram anular a Deus. E esse problema persiste ao longo dos tempos, com inúmeros filósofos em que as suas teorias precisam de novas adições de mais uns tantos filósofos, mas sem que tenham conseguido apagar Deus na consistência daquilo que ele é, faz e fez.
Lembro Moisés quando no monte pastava ovelhas e viu algo que o surpreendeu – uma sarça ardente – com as suas dúvidas e curiosidade humana ao aproximar-se temerário, Deus falou-lhe dizendo: “Eu Sou o que Sou. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel eu Sou me enviou a vós outros.” (Êxodo 3:14)
Sem dúvidas que Deus não permitiu a Moisés discussões possíveis sobre a sua natureza, e ao que vinha, quando afirma “Eu Sou o que Sou”. Da mesma forma, que o barro não se permite discutir com o oleiro. Porém, o homem, que é feitura de Deus, quer discutir com Deus a sua natureza, os seus desígnios, e até a sua extinção.
No mais, naquilo que Deus entendeu revelar-se aos homens fê-lo através de seu filho Jesus Cristo. Nele encontramos todas as respostas às nossas questões, e para tanto a bíblia é o manual de referência colocado à nossa disposição.
E nesse sentido a bíblia é para ser lida, e não para decorar a estante como é costume de alguns.
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