Estava aqui a pensar no sentimento que vai tomando conta de muitas pessoas, que os religiosos são todos fraudulentos, corruptos, manipuladores, interesseiros, gananciosos e que a igreja não carece dessas pessoas para se manter fiel à palavra.
Logo me veio ao pensamento o que seria da sã doutrina, nos dias de hoje, sem Lutero?
E não será que devemos ter dever de respeito para os grupos religiosos que foram perseguidos de morte por acusados de hereges, por terem ou ouvirem ler a bíblia; ou aqueles que estando reunidos numa casa de oração os seus opositores as incendiaram com eles lá dentro?
Quantos dos religiosos não deixaram o conforto das suas casas, Países, amigos e família, para levarem o evangelho aos pontos mais recônditos deste planeta, e acabaram sozinhos, doentes, perseguidos, e nalguns casos mortos pela causa da difusão da cruz de Cristo.
Se Lutero não tivesse feito a tradução da bíblia para outra língua, e outros o seguiram, não teria sido causa para o desconhecimento da mesma por muita gente? E quem sabe por falta de uso acabassem desgastadas pela traça e decomposto pelo tempo nos arquivos dos “considerados guardiões da verdade”.
Não é verdade que Lutero, Calvino, Zuínglio, Erasmos de Roterdão, foram destacados reformadores e dedicaram-se ao estudo afincado da bíblia, e concomitantemente foram uteis na difusão da mesma? Também não será verdade que Spurgeon, Billy Graham, Moody, John Stott entre tantos outros, foram religiosos cuidadores na difusão da palavra de Deus, e que provavelmente tiveram que disciplinar nas igrejas onde ministravam, para que as heresias, os ídolos, as feitiçarias, e os desvios de comportamento não conturbassem a vida da igreja?
Pois, esses, não fizeram nem mais, nem menos, do que Paulo teve que fazer às igrejas através das suas epístolas.
Também é verdade, que se veem por aí alguns falsos mestres; com interesse nos aviões, nos carros, nas mansões, no dinheiro, muito dinheiro…, mas esses são o joio e não o trigo. Que se preciso for, deturpam, suprimem, ou acrescentam à palavra de Deus unicamente para satisfazem os seus imensos egos.
Se alguém caminha por uma estrada e de repente se depara com um buraco no caminho, de certeza que não se vai atirar de cabeça para dentro do buraco, o bom senso aconselha a que se desvie do buraco, e continue descontraidamente a sua marcha.
Em oposição aos falsos mestres, circulam por aí muitos pastores, anciãos, presbíteros, diáconos, missionários, que têm por missão principal a palavra de Deus. E que vivem como cidadãos comuns, com dificuldades para pagarem os estudos dos seus filhos; em fazerem as reformas nas suas casas desgastadas pelo tempo; prontos a ajudarem quem precise sem olharem a quem; inseridos em grandes ou pequenas comunidades onde estão de corpo e alma para servirem, e não servirem-se. Porém, felizes por terem sido chamados para o ministério que tanto amam.
E são, esses, os muitos que por aí andam despercebidos, por vezes com a bíblia debaixo do braço, sem o foco dos meios de comunicação social e das honrarias, que são os verdadeiros difusores da palavra de Deus.
Em meu entender é um erro considerar todos como sendo da mesma argamassa.
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