O facto de se ter corpo, alma, e descender-se de humanos, no prolongamento somos humanos. Mas esse facto só por si não define o nosso caracter. A formação do caracter tem que ver com o meio em que se vive. Na verdade, o juízo de valores societários da comunidade de inserção, é o meio que de certa forma define o que está certo ou errado.
Assim, a sociedade onde se vive, é que delimita a necessidade de se andar na rua vestido. Sendo que outras sociedades podem andar despidos, porque a sua sociedade entende o facto por regular.
Ainda se pode inferir que, ao longo dos séculos as sociedades tiveram as suas dinâmicas próprias, que permitiram vários tipos de familiarizações, sendo que possibilitou a sociedade onde nos inserimos por suportada naquilo que definimos como cultura judaica cristã.
Para que isso fosse possível, Jesus Cristo enquanto enviado do Pai aproximou o homem a Deus, através da sua lei pela qual se envolveu publicamente, defendeu, morreu e ressuscitou, como condição de quem Nele crê tem acesso ao Reino dos Céus; um facto marcante na aculturação da época após Cristo.
O filho de um pedreiro, não se torna pedreiro só pelo facto de ser filho de pedreiro. É preciso que desenvolva a referida profissão.
Assim, o facto de se nascer numa sociedade judaica/cristã, não torna o individuo num cristão, sem que em primeiro seja um confesso discípulo de Jesus Cristo. E para isso, é preciso conhecer a sua Lei e seguir os seus mandamentos, assumindo que o divino se deu a conhecer aos homens na forma humana, Jesus Cristo.
O apóstolo Paulo na sua carta aos Filipenses 3:8-11, refere o assunto do seguinte modo: “…/Para ganhar a Cristo e ser achado nele, não tendo justiça própria, que procede da lei, senão que é mediante a fé em Cristo, a justiça que procede de Deus, baseado na fé; para o conhecer e o poder da sua ressurreição e a comunhão dos sofrimentos, conformando-me com ele na sua morte; para de algum modo alcançar a ressurreição dentre os mortos”.
Pelo que me leva a concluir que por se viver num País cristão, não faz do individuo um cristão. Porque para o ser, tem que ter fé Nele; e em consequência dessa mesma fé, irá interiorizar-se como modo de vida num sem número de princípios da lei de Deus. Ou, seja, irá formatar-se o caracter cristão que a bíblia discorre como o caminho, ainda que se saiba que os humanos são falhos, em linguagem bíblica, pecadores.
Mas a misericórdia de Deus leva em consideração a peculiaridade humana, conquanto remido pela graça do Senhor, ainda que os humanos como beneficiários tenham dificuldade em perceber o quão grande é o amor de Deus.
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