Quem já não esteve na presença de outrem que toma a palavra, e não deixa mais ninguém falar?
Por vezes falam tanto, tanto, tanto, que acabam por serem maçadores e cansativos. Além de que em muitas das vezes, repetem exaustivamente uma determinada ideia, sobre a qual discordamos, mas sem que no uso da palavra permitam intervenção contrária, ainda que no cômputo da conversa a mesma se possa resumir a palha.
Muitos desses indivíduos direi que são palradores; ou que diga são conversadores, tagarelas de café, que na mais das vezes, podem ter um simples discurso inofensivo.
Porém, também há os bem-falantes, especialistas em distorcerem a verdade, no sentido de impingirem a sua própria verdade. A verdade que eles inventam, alimentam, desenvolvem, manipulam, e protegem, como sendo autêntica.
Sendo que muitas vezes pessoas destas gostam de se ouvir, e serem o centro das atenções. Fazem tudo isso de forma equívoca, porque querem prestigiar-se aos olhos das demais pessoas; como se os demais fossem verbos de encher, meros elementos decorativos.
Esta situação também se coloca no âmbito espiritual. E é curioso que na terceira carta de João (1:9-10) relata a postura de um tal Diótrefes, que impingia a sua própria verdade. Assim, o apóstolo João escreve o seguinte: “Escrevi alguma cousa à igreja; mas Diótrefes, que gosta de exercer a primazia entre eles, não nos dá acolhida. Por isso, se eu for aí, far-lhe-ei lembradas as obras que ele pratica, proferindo contra nós palavras maliciosas. E, não satisfeito com estas coisas, nem ele mesmo acolhe os irmãos, como impede os que querem recebê-los, e os expulsa da igreja.”
Se esta questão existia no passado, persiste no presente. Pelo que a sociedade atual está enquistada dos tais Diótrefes, que se mexem em diversas áreas, e dentro delas, alguns estão também nas igrejas em busca de protagonismo.
Ora, bem! Em vez de glorificarem a Deus, glorificam-se a eles mesmos.
E nesse sentido a igreja tem que estar vigilante, conferindo o que os palradores dizem, por comparação com a palavra de Deus. O que permite rejeitar tudo aquilo que venha além a palavra de Deus, ou que em alternativa possam subtrair da referida palavra.
Na carta que o apóstolo João dirige ao cristão Caio, e nos versículos acima referidos avisa de que quando aí for lembrarei Diótrefes (que provavelmente era o líder da igreja local) das obras que ele pratica. Ou seja, entre as obras ele (Diótrefes) não ouvia, mas queria-se ouvido, e exigia primazia na igreja.
Pelo que posso inferir que Diótrefes não tinha em consideração as palavras de Jesus, quando disse: “Pois todo o que se exalta será humilhado; e o que se humilha será exaltado” (Lucas 14:11).
Assim, sendo, o apóstolo João tinha inevitavelmente que reprovar a atitude arrogante e tirânica empregada por Diótrefes, bem como, de todos os Diótrefes que por aí possam andar.
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