Sendo Deus intemporal, a sua relação com o tempo não é semelhante aos dos homens, porque somos limitados no tempo, e pretendemos gerir tudo dentro das nossas limitações.
Por, isso, o livro dos Salmos 90:4 refere o seguinte: “Pois mil anos, aos teus olhos, são como o dia de ontem que se foi, e como a vigília da noite”.
No mesmo sentido, o apóstolo Pedro referiu-se ao tempo da seguinte maneira:” Há, todavia, uma coisa, amados, que não deveis esquecer: que para o Senhor, um dia é como mil anos, e mil anos como um dia” (2 Pedro 3:8)
É nessa sua característica da intemporalidade que Deus cria os céus, os mares, e a terra, e no seu agir, estabelece um jardim e entrega-o a Adão e Eva (também estes criação Sua) na condição de cuidadores, tal como refere em Génesis 2:15-17: “Tomou, pois, o Senhor Deus ao homem e o colocou no jardim do Éden para o cultivar e guardar. E lhe deu esta ordem: De toda a árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque no dia que dela comerdes, certamente morrerás.”
Ora bem…, o primeiro homem vivia num jardim, que é lugar segundo a qual devia pugnar pela harmonia.
E qual foi a intervenção de Adão e Eva perante a harmonia que Deus pretendia? Quebraram essa mesma harmonia, contrariando a ordem expressa por de Deus, ato esse usualmente conhecido por pecado, ou por transgressão.
Se transpusermos essa vontade de Deus do jardim “na forma literal” para os nossos dias: deve continuar a ser o lugar onde normalmente gostamos de estar, e visitar. E consequentemente, tem que ver com a beleza do lugar, pelo deleite que encontramos na observação de cada espécie de plantas, pelo odor advindo das espécies, pelo sentido estético do lugar, pela limpeza, pela inspiração aos primórdios, desde logo ao primeiro jardim, e pelo estado de tranquilidade e bem-estar que nos transmitem os jardins; é sem dúvidas uma pequeníssima representação terrena, do muito que temos que esperar em Deus.
Daí a necessidade que o homem tem da natureza, que até pode ser cuidada, virgem, selvagem, inexpugnável, pela transmissão da naturalidade ambiental, e da vida na sua origem.
É um bem, uma graça, vinda de Deus!
E o que é que está a acontecer: estamos a dizimar a floresta, a desviar os cursos de água, a despejar resíduos tóxicos em alto mar, a invadir os oceanos com grandes quantidades de plásticos que tornam vida em morte, e a poluir a nossa atmosfera de forma anormal.
E tudo isto, porque os cálculos económicos sobrevalorizam na mente de alguns, sobre todos os outros valores.
E desse modo, permutam a limpeza dos oceanos, pelo acumular de notas em banco; dizimam os recursos naturais, pelas notas em banco; hipotecam o modo de vida dos humanos, pelas notas em banco; etc. etc.
É realmente trágica a forma como o homem está a tratar com tudo aquilo que o Senhor nos deixou, para sermos mordomos, cuidadores, vigilantes, usufrutuários, e não proprietários, e senhores absolutos, como por vezes erradamente julgamos.
Sem dúvidas que o homem tem que repensar a sua relação ecológica, na medida em que está a desvirtuar a vontade de Deus em tudo aquilo que Ele criou, tal como diz a Sua palavra: “Tomou, pois, o Senhor Deus ao homem e o colocou no jardim do Éden para o cultivar e guardar”.
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