Por vezes precisamos refletir, e neste momento sinto a necessidade de me debruçar sobre a maturidade espiritual.
Por comparação, um recém-nascido tem oscilações de comportamento essencialmente movidos pela fome e sede que sente. Logo mais, coloca-se a necessidade de adquirir novos conhecimentos de forma a reconhecer a mãe, o pai e as coisas que precisa e o rodeiam; e conforme vai crescendo, vai desenvolvendo novas capacidades, subindo aos poucos os degraus do conhecimento académico e mais, os que a vida obriga.
Na vida espiritual, numa primeira fase também se é bebé e é através do ensino que se vai aprendendo até se atingir uma segunda fase, essa de maior ou menor maturidade espiritual, consequência do conhecimento adquirido.
A segunda fase de maturidade espiritual, será demonstrativa de um bom relacionamento com Deus, com a sua obra e com o modus vivendi com as demais pessoas em modo de vida cristã em qualquer lugar e situação.
Não é menos verdade que a maturidade espiritual está interligada ao processo contínuo de santificação, ou seja, ao longo de toda a vida.
A propósito de maturidade, o apóstolo Paulo em 1 Coríntios (2:4-7) mencionou o seguinte: “ A minha linguagem e a minha pregação não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria, mas em demonstração do Espírito de poder; para que a vossa fé não se apoiasse na sabedoria dos homens, mas no poder de Deus. Na verdade, entre os perfeitos falamos sabedoria, não porém a sabedoria deste mundo, nem dos príncipes deste mundo, que estão sendo reduzidos a nada; mas falamos a sabedoria de Deus em mistério, que esteve oculta, a qual Deus preordenou antes dos séculos para nossa glória.”
É curioso que o apóstolo chama a atenção para o facto da maturidade espiritual não estar alicerçada na sabedoria humana, mas sim no poder do Espírito. Ou seja: o poder de Deus está na base da espiritualidade, sem a qual as palavras soam a ocas. Entendo que só a sabedoria de Deus em mistério, faz com que se aceite pela fé aquilo que a sabedoria humana não reconhece.
Entendo que Hebreus (11:1) reconhece a sabedoria de Deus em mistério, quando afirma inequivocamente:” Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que não se veem”. Nesse sentido, a sabedoria de Deus em mistério predispõe o coração do crente capacitando-o para crer, para obedecer, para esperar e para anunciar as coisas de Deus aos homens. Na fé reside a força para que o homem se distancie das coisas deste mundo e caminhe em busca da eternidade com Deus; o Deus de toda a glória, de toda honra e toda a verdade.
As falsas bandeiras ficam e são deste mundo, onde os homens sobem aos pedestais para serem vistos e homenageados pela teatralidade com que enfeitam as suas vidas, onde há lobos disfarçados de ovelhas. Inclusive, pode-se ter muito conhecimento das escrituras, mas sem que o Espírito desperte a fé, de nada vale. E nesse caso é como um balde de água que esteja furado pode-se deitar a água que se quiser, porque não fica lá nenhuma água.
No mundo da espiritualidade a relação do homem para Deus é pessoal. Validada e muito bem validada por Jesus Cristo quando veio a este mundo em forma de homem, para morrer e ressuscitar ao terceiro dia pela humanidade que jazia na morte. E no contexto, o apóstolo João cita Jesus Cristo quando afirmou: “Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que morra, viverá. (João 11: 25)
Assim, maturidade espiritual é aceitar que se é dependente de Deus e que se aceita como Senhor e Salvador de nossas vidas; sem nunca esquecer, que um servo deve obediência ao seu senhor. Mas, também é, aceitá-lo e conhecê-lo tal qual Ele é, e não da forma como se gostaria que Ele fosse.
Graça e Paz!
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