Na condição de um simples ouvinte de música, entendo que existem músicas que conferem determinado grau de mal-estar, agressividade ou mesmo ódio. Também, existem as que conferem paz, tranquilidade, bem-estar, leveza e amor; em que somos despertos a viajarmos ao sabor das notas sem que nos queiramos libertar desse estado de ânimo.
É curioso porque até os animais reagem às notas musicais. Daí em certas ordenhas utilizar-se música clássica para descontração dos animais no processo de recolha do leite.
De certa forma a música faz parte do quotidiano das pessoas; seja como divertimento, trabalho, descontração, recolhimento e por aí adiante.
Agora, note-se o seguinte: a palavra de Deus em Colossenses (3:16) refere o seguinte: “A palavra de Cristo habite em vós ricamente, em toda a sabedoria; ensinai-vos e admoestai-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais, louvando a Deus com gratidão em vossos corações”.
Sabemos que o livro dos Salmos é um verdadeiro compêndio de louvores, que estava devidamente musicado e da qual se perderam as respectivas notas músicas, restando as letras que se encontram devidamente compiladas na bíblia. E também sabemos que em muitas ocasiões o povo de Deus cantava, tocava e dançava em comemoração das vitórias que Deus lhes ia conferindo. Deus aceita de boamente os louvores que lhe são endereçados por corações pulsam a compasso de paz, concórdia, tranquilidade, agradecimento e sujeição aos desígnios de Deus.
Na sequência do atrás referido, note-se a beleza e profundidade do Salmo (96:1-6) que nos transporta para um reino superior: “Cantai ao Senhor um cântico novo, cantai ao Senhor, todos os moradores da terra. Cantai ao Senhor, bendizei o seu nome; anunciai de dia em dia a sua salvação: Anunciai entre as nações a sua glória, entre todos os povos as suas maravilhas. Porque grande é o Senhor, e digno de ser louvado; ele é mais temível do que todos os deuses. Porque todos os deuses dos povos são ídolos; mas o Senhor fez os céus. Glória e majestade estão diante dele, força e formosura no seu santuário”.
O salmista percebeu nitidamente a sua e nossa pequenez, perante o Deus incomensurável.
Normalmente as igrejas cristãs louvam a Deus, independente de ser individualmente, coletivamente, com banda, com orquestras, com este, ou com aquele instrumento. A igreja da qual faço parte não é exceção. E durante o culto, tem tempo dedicado ao louvor em forma de cântico com acompanhamento instrumental promovido pelos crentes. São momentos de participação e de envolvência espiritual, independente da voz desafinada deste, daquele, ou da super afinação e da educação musical daqueloutro, todos estão imbuídos do mesmo espírito de bendizer a Deus. Por certo que Deus ouve os cânticos que lhe são dirigidos por corações sinceros e que querem dessa forma renderem homenagem ao Todo Poderoso; que é igual ontem, hoje e amanhã, em todas as suas características.
O Salmo (22:3) refere o seguinte: “Contudo Tu (Deus) és Santo, entronizado sobre os louvores de Israel”. Ou seja, Deus habita entre louvores. Nesse sentido, o salmista faz-se entender no agrado que Deus sente ao ser louvado pelos seus seguidores.
Ainda que curioso, a velha sabedoria popular refere o seguinte: “Quem canta seus males espanta.”
Dentro da perspetiva cristã, quem canta de coração aberto – sabendo o que está a cantar e, sem outros interesses inconfessos – está a falar com Deus, bendizendo-o por aquilo que Ele é. E as boas razões aos olhos de Deus serão sempre bem aceites, e essas podem ser conferidas por aquilo que a bíblia incentiva a que se faça.
Graça e Paz!
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