NÃO ATIRE A TOALHA AO CHÃO

A vida do ser humano nem sempre é um mar de rosas.

Quantas vezes estamos sujeitos a doenças, frustrações empresariais, familiares ou comunitárias; aos efeitos diretos e indiretos de uma guerra, de catástrofes, do aquecimento global, e por aí adiante…

A Bíblia revela-nos Deus como o criador e sustentador de todas as coisas, e nesse sentido inclui o homem; em Génesis 1:27-28 lemos o seguinte: “Criou, pois, Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus criou; homem e mulher criou. Então Deus os abençoou e lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos; enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todos os animais que se arrastam sobre a terra.”

Entende-se, pois, que foi da expressa vontade de Deus a criação do homem, e que Ele o criou sob a condição da exigência da multiplicação e da coordenação sobre o meio natural onde vive.

Porém, em Eclesiastes 3:1-8, a Bíblia diz: “Tudo tem a sua ocasião própria, e há tempo para todo propósito debaixo do céu. Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou; tempo de matar, e tempo de curar, tempo de derribar, e tempo de edificar; tempo de chorar, e tempo de rir, tempo de prantear, e tempo de dançar…”.

É meu entendimento que, nos diversos tempos, há o tempo de Deus, e o tempo dos homens – o tempo de Deus, Ele tem-no sob Seu absoluto controlo, através das leis que emanam Dele, e a nós cabe-nos entender um poucochinho (porque Deus o vai permitindo), através do conhecimento que advém da física, da química, da matemática, da quântica, da astrofísica, etc. etc.

Contudo, o tempo dos homens é o tempo sobre o qual o homem tem mão. Assim, o homem sabe que, para evitar o covid, deve andar de máscara; que, para evitar as doenças, tem de preservar a higiene; que, se se atirar de uma barreira abaixo, se sujeita a partir uma perna, ou mesmo a vida; que, para desanuviar o aquecimento global, tem de deixar de poluir tanto e caminhar para o consumo de energias verdes; que, para comer, tem de trabalhar, etc. etc.

Ora, Deus, ao criar o homem, dotou-o de inteligência, para que ele a use, com bom senso, na gestão dos meios e dos recursos ao seu dispor.

E é neste sentido que se luta contra a doença, contra o cansaço, contra as derivas e contratempos, as comiserações, e se luta a favor da melhoria das condições de vida, em geral.  

Veja-se: no tempo em que o povo de Israel foi levado para a Babilónia em cativeiro, provavelmente as pessoas estavam em desespero – portanto, sem perspetivas, sem ambições de vida.

No entanto, a palavra de Deus vem sugerir-lhes confiança; tal como se pode ler em Jeremias 29:4-7: “Assim diz o Senhor dos exércitos, o Deus de Israel, a todos os do cativeiro, que eu fiz levar cativos de Jerusalém para a Babilónia: Edificai casas e habitai-as; plantai jardins, e comei o seu fruto. Tomai mulheres e gerai filhos e filhas; também tomai mulheres para vossos filhos, e dai vossas filhas a maridos, para que tenham filhos e filhas; assim multiplicai-vos ali, e não vos diminuais. E procurai a paz da cidade, para a qual fiz que fosseis levados cativos, e orai por ela ao Senhor: porque na sua paz vós tereis paz”.

Pode, assim, inferir-se que, mesmo na adversidade, Deus não queria que o povo deixasse de se interessar pelo dom da vida. Deus, ao preservar o Seu povo, tinha objetivos de vida para eles e para todos os outros que O tivessem por Senhor. E esses objetivos passavam pela vinda do Messias, e pelo profícuo da salvação e do seu ensino.

E o tempo de Deus?

Ainda que o homem procure conhecer os factos, só Deus o sabe verdadeiramente e os controla. Sabemos que o sol um dia se esgotará, sabemos que os buracos negros podem engolir estrelas, sabemos da infinidade do universo, e sabemos, pela palavra de Deus, que Jesus, um dia, virá para julgar os vivos e os mortos.

Mas o controlo efetivo desse tempo é unicamente de Deus, e ao homem não lhe é permitido saber.  A Bíblia, em Mateus 16:27, diz: “Porque o Filho do homem há de vir na glória de seu Pai, com os seus anjos; e então retribuirá a cada um segundo as suas obras”.

Em conclusão: Deus quer que o homem lute pela vida, e não que o homem atire a toalha ao chão.