Ainda que seja lenda, ou não, consta que quando das lutas pela independência do Condado Portucalense, Egas Moniz fiel aio de D. Afonso Henriques, comprometeu-se com Afonso VII rei de Castela que os insurgentes aceitariam prestar vassalagem a Castela em troca de não serem perseguidos e castigados. E por causa de D. Afonso Henriques não estar pelo ajuste, e por não ter conseguido que a promessa fosse cumprida, Egas Moniz apresentou-se ao rei de Castela com mulher e filhos descalços e com cortas ao pescoço; e o que o rei em função da honestidade daquele perdoou-lhe o incumprimento.
Também, quando eu era jovem, lembro-me que a palavra dada era selada com um aperto de mão, e as partes cumpriam-na escrupulosamente.
Hoje em dia as pessoas fazem acordos sob a égide de especialistas, quando não registam os actos em cartório notarial, conservatória, não sei que mais…, e quando menos se espera, não respeitam os acordos, quebram os compromissos com a maior cara de pau.
Por onde anda a honra, a dignidade, o respeito pelos compromissos?
Este pesadelo é transversal nas sociedades, desde políticos que prometem e não cumprem; grandes empresas que elaboram contratos com rasteiras para enganar os incautos; bons falantes que levam os outros nas suas cantadas; tudo, isso, vai até ao simples cidadão que surfa a onda por força dos demais exemplos e da impunidade reinante.
De certa forma o juramento é um compromisso, um acordo verbal com envolvência espiritual, ou não. E a bíblia em Mateus 5: 33-37 refere o seguinte: “Vocês também ouviram o que foi dito aos seus antepassados: ‘Não jure falsamente, mas cumpra os juramentos que você fez diante do Senhor’. Mas eu digo: Não jurem de forma alguma: nem pelos céus, porque é o trono de Deus; nem pela terra, porque é o estrado de seus pés; nem por Jerusalém, porque é a cidade do grande Rei. E não jure pela sua cabeça, pois você não pode tornar branco ou preto nem um fio de cabelo. Seja o seu ‘sim’, ‘sim’, e o seu ‘não’, ‘não’; o que passar disso vem do Maligno”.
Sem dúvidas que estes versículos são uma chamada de atenção para que se cumpra com os compromissos, bastando para tanto o empenho respeitoso da palavra dada. Na medida em que o que está em causa é a honestidade, a transparência, o caminho da retidão, valores que o Senhor valoriza no homem temente a Deus, e que penaliza o transgressor.
Em certos Países ainda hoje é costume quando de processos litigioso, o tribunal exigir que as testemunhas coloquem as suas mãos sobre a bíblia e jurem sob a mesma, dizer a verdade, e tão só a verdade.
Sem dúvidas que esta exigência em tribunal, funciona como um apelo ao respeito pela verdade, que permitirá um julgamento justo.
A respeito, a palavra de Deus em Isaías 59:15 refere o seguinte: “Não se acha a verdade em parte alguma, e quem evita o mal é vítima de saque. Olhou o Senhor e indignou-se com a falta de justiça”.
Infelizmente esta é a verdade contável a cada passo da vida no quotidiano.
Graça e Paz!
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