Num desses meus pensamentos loucos, deixei-me voar e escapou-se a seguinte pergunta: E se nós tivéssemos a capacidade inata de prevermos o futuro? O que se iria passar daqui a uma hora, daqui a um ano, ou, em cada minuto seguinte?
Hum! Acho que seria um caos.
Saber que amanhã iria ter uma dor de barriga, um encontro indesejado, um acidente de carro, de avião, de comboio, um enfarte, ser despedido do emprego, mordido por uma cobra, sei lá…
Deixaríamos de estar sossegados, porque a inquietação apoderar-se-ia no sentido de se tentar contrariar a previsão. Logo, portanto, procurar-se-ia reverter a previsão, pelo que seria a loucura em cima, ou por baixo, da loucura.
Imagine-se o que seria o prever que dentro de x minutos se morria; a luta interior que se desenvolveria de aceitação, rejeição, deceção, que poderia levar-nos a querer viver intensamente esses últimos momentos de vida, ou em alternativa, uma profunda frustração porque nada mais fazia sentido.
Realmente passaríamos a viver num mundo de complicações, e perderíamos a tranquilidade como um bem em si. Que nos permite apenas sonhar o dia de amanhã, como sendo bem melhor que o dia de hoje.
Tão, só, porque as surpresas da vida, tal como elas se despoletam devem ser superadas nos momentos apropriados, o que permite sentirmos que a ultrapassagem tem sabor a vitória. E queremos repetidamente assentar vitória, sobre outra vitória.
Tal como refere uma afirmação sobejamente conhecida: ”Somos a soma das nossas experiências”.
E isso faz de cada um, aquilo que é.
É verdade que existem pessoas lançadoras de búzios, signos, cartas e cartinhas, mas tudo isso é treta. Formas ardilosas de ganhar a vida à conta dos incautos.
Coisa bem diferente, é a previsão com base nos conhecimentos científicos, elaborados segundo o tratamento do conhecimento, que por norma leva ao aprofundado cálculo das probabilidades. Tal como a previsão meteorológica, a previsão de doenças com base nos nossos elementos biológicos, a previsão económica, etc. etc.
Voltando ao ponto da minha indagação, é apenas um enxerto da minha loucura. Porque na verdade, não temos essa capacidade inata para prever o futuro. Quando não, era uma grande chatice…
Porém, afigura-se-me como adquirido, o temer o desconhecido. Direi mesmo, que o desconhecido é um bicho-de-sete-cabeças, da qual fugimos a sete pés.
Mas, é em torno dessa verdade, que buscamos capacitar-nos tendo em vista os desafios da vida. E isso envolve as nossas valorizações no dia-a-dia. Pelo que se podem valorizar mais, ou menos, as seguintes competências: imunitárias; intelectuais; profissionais; atléticas; higiénicas; familiares; e outras… Todas elas são muito importantes.
No fundo, é que as nossas reações estão de sobreaviso para nos ajudar no desconhecido. Só que o fazem, a mais das vezes, segundo aptidões que nos foram concedidas por Deus, mas, também, as adquiridas segundo o esforço humano.
Termino a pedir aos que tiveram a paciência de ler toda estas minhas considerações. As minhas desculpas!
Trata-se um pouco do meu distúrbio, a dar razão ao provérbio que diz:” De músico, poeta e de louco, todos temos um pouco.” Kkkk…
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