É verdade que Deus não é mensurável por prova científica da sua existência, tal como não se pode fazer prova da sua não existência. Deus é um ser espiritual preexistente na qual tudo o que existe está sob sua dependência.
Porém, a bíblia em Apocalipse 21:6 refere o seguinte: “ Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim.”
Logo, se é o princípio é o primeiro com ação, o que quer dizer que como primeiro Ele é Deus. Ou seja, Ele é a existência da qual tudo depende.
Assim, se Deus é a existência, Ele criou a partir de princípios que o próprio estabeleceu. De modo que, no seu processo de criação só existe espaço porque Ele o criou. Assim, em modos da criação só há tempo porque existe espaço e só existe matéria porque há espaço.
Ora, sem a existência não haveria nada de nada.
A palavra de Deus em Gênesis 1:1-2 descreve a criação fazendo transparecer os elementos acima referidos apresentados por diversos ciclos temporais: (destaco apenas alguns versículos que me chamaram a atenção) “ No princípio criou Deus os céus e a terra. A terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo, mas o Espírito de Deus pairava sobre a face das águas.” – ou seja: havia trevas sobre o abismo, entendo Deus a criar o ESPAÇO – bem como em G1:3 e 14. Disse Deus: haja luz. E houve luz… haja luminares no firmamento do céu, para fazerem separação entre o dia e a noite; sejam eles por sinais para estações, e para dias e anos … – ou seja: sejam eles por sinais para estações e para dias e anos, são o criar do TEMPO – e em G 1:9-31 “ E disse Deus: ajuntem-se num só lugar as águas que estão debaixo do céu, e apareça o elemento seco. E assim foi.…” ou seja: com as águas e o elemento seco, são a descrição da criação de Deus da MATÉRIA.
E a pergunta que se põe é: para que é que Deus criou o universo?
Se atendermos ao pensamento humano, quando criamos alguma coisa ela obedece a um propósito que seja do seu interesse. E nesse contexto é me lícito pensar que Deus criou com um propósito. Introduziu em meio ao nada a sua criação e desde logo harmonizou do nada o universo com um design incrível. Ainda, no planeta terra acrescentou o homem, igualmente como usufrutuário da beleza, da felicidade, da ordem, do conceito, da bondade, da amizade, do respeito e do reconhecimento, na medida em que foram essas as razões pela qual queria que Adão e Eva se regessem. Em suma Deus criou o universo como afirmação da sua glória e o homem como usufrutuário, com disciplina, da afirmação do então criado.
Com o pecado o homem baralhou toda essa autenticidade, pondo em causa os valores pelos quais se devia reger.
Quando Moisés andava com as ovelhas do seu sogro Jeto no monte Horebe e lhe apareceu a sarça ardente donde Deus falou com Moisés, para ir falar com os do cativeiro, que estavam no Egito e Moisés usou as seguintes palavras: “O Deus de vossos pais me enviou a vós; e eles me perguntarem: qual é o seu nome? Que lhes direi? – Deus respondeu a Moisés – EU SOU O QUE SOU. (Êx. 3:13-14)
Com essa resposta: Eu sou o que sou, ficou bem vincada a soberania de Deus sobre todas as coisas, capaz de falar a partir de um elemento incandescente que não humano. Mas também, distinguível por incomum, falando com firmeza, com autenticidade, com a clarividência do peso da sua pessoa sobre a história da sua história e sobre a história da humanidade. Ele afirma-se como um ser que sempre foi, é e será, o mesmo para todo o sempre, porque Ele é a Eternidade, o Princípio de todos os princípios. Nada mais lhe é comparável.
Sendo Deus um ser perfeito, que cria, desenvolve e sustenta, porque razão terá feito o homem, um ser que se rebelou contra o seu próprio criador?
Ora, Deus quando criou o homem dotou-o de algumas capacidades que lhe são intrínsecas, tais como: a capacidade de amar, de raciocinar, de se emocionar e de cuidar. Por analogia, os nossos filhos merecem toda a nossa dedicação, amamo-los, cuidamos deles, respeitamo-los e choramos os seus revezes, mas nunca deixamos de os amar, porque eles são a continuidade da identidade genética.
Deus age como homem precisamente da mesma forma. Ele ama, cuida, e aceita as decisões que possamos tomar de o aceitar, ou não, porque nos ama. Deus é dotado de sentimentos, por isso Ele perdoa. Também é justiça, por isso Ele condena. Também é cuidador, por isso nos repreende. Mas também é amor, por isso nos quer junto a Ele.
Porém, por amor aos homens, se fez homem na pessoa de Jesus Cristo, que veio a este mundo para morrer na cruz e ressuscitar no terceiro dia em forma de resgate da humanidade perdida. A palavra de Deus em 1 João 4:10 refere o seguinte: “ Nisto está o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que Ele nos amou a nós, e enviou seu Filho como propiciação pelos nossos pecados”.
Eis a razão pela qual Deus se preocupa com os homens, porque Ele nos ama.
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