Acredito que o Senhor Deus, o mesmo de ontem, hoje, e amanhã, continua a fazer milagres. Porque sendo Ele o princípio e o fim, criou a seu gosto e sob a sua palavra todas as coisas. E na prevalência do seu poder pode manifestar-se aos humanos nas coisas mais simples, mas também, tornando o impossível em possível.
Ora o Deus feito homem, na pessoa de Jesus Cristo, curou paralíticos, cegos, coxos, leprosos, expulsou demónios, mas sobretudo chamou a si os perdidos, reconciliou-os com o Pai e lhes concedeu o dom gratuito da fé. E esse dom da fé, é um milagre de aproximação de Deus aos homens, só possível pela sua vontade. Nenhum homem se salva a si mesmo, pois sem a graça de Deus o homem permanece perdido na sua carnalidade.
Ainda na sequência dos milagres, é verdade que já lhe pedi coisas só materializáveis pela força do seu poder, e ainda não vi esses meus desejos concretizados. Poderei atribuir a falta de fé; não estar no tempo certo; imaturidade espiritual; desacerto no pedir e demais razões; na verdade não vi esses meus desejos concretizados seja pela razão que for. Mas, isso, não põem em causa o valor absoluto do poder de Deus, que continua a agir de acordo com a sua estrita vontade.
Também é verdade que a minha própria vida, de idade avançada, pode conter em si uma sucessão de milagres não visíveis, e que com estes olhos mortais estou vedado a ver, o que os meus olhos espirituais reconhecerão um dia na eternidade.
Porém, sei que em tudo devo dar graças a Deus.
A propósito, faz muitos anos li uma ilustração que vou tentar reproduzir, pedindo desculpas pela falta de rigor: “Jesus entrou numa casa de oração acompanhado de um discípulo. No interior da casa de oração estavam três mulher em oração. Passou junta da primeira mulher e cumprimentou-a com um simples reclinar da cabeça; ao passar junto da segunda, cumprimentou-a pondo-lhe a mão sobre as suas mãos; e ao passar pela terceira cumprimentou-a dando-lhe um abraço. O discípulo confuso perguntou a Jesus: Senhor por que é que apenas cumprimentaste a primeira, a segunda foste-lhe mais próximo, e a terceira abraçaste-a? A que Jesus respondeu: a primeira é uma crente consolidada na sua fé. A segunda: ainda está na fase de consolidação. E a terceira: ainda é neófita, e precisa muito de ser acompanhada.”
E eu, muitas das vezes sinto-me como a viver essas três fases, consoantes o meu estado de espírito. Ainda que reconheça que o que o Senhor quer é que eu esteja deveras consolidado, de modo que a minha fé não oscile em circunstância nenhuma.
A vida em Cristo é um aprendizado permanente. O tal caminho estreito, em que as dificuldades são as provas pela qual se tem que passar, até que se alcance o alvo final. Ainda, assim, a cada passo o cristão sente-se tranquilo e feliz por se saber acompanhado pelo Senhor.
Graça e Paz!
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